Como uma flor de plástico na montra de um talho, Golgona Anghel

Tens nojo do contorno oleoso
que o meu cabelo sá ao teu passado. 
(p. 24)
A leitura e análise de poesia não são processos fáceis. São como caminhar na corda bamba. E no caso da poesia contemporânea, sem rede de apoio. Ou seja, sem a possibilidade de a enquadrar num conjunto de normas formais que permitem uma primeira aproximação ao texto e cuja observação confere a seu tempo uma chave de abertura para o seu conteúdo e significados.
A poesia de Golgona não é fácil. Mas também não é difícil. É um lugar de encontro entre metafisica e a escatologia. E se não compreendemos uma, percebemos a orgânica e funcionalidade da outra. Há sempre um jogo entre um quotidiano comezinho e questões que lhe parecem arredadas. O que nos coloca nesta posição de leitor funambulista sem rede de apoio em que avançamos sem saber como porque a corda nos intriga.

Editora: Assírio & Alvim | Local: Porto | Colecção: poesia inédita portuguesa | Edição/Ano: 1ª, Maio 2013 | Impressão: Bloco Gráfico, Lda. | Págs.: 68 | ISBN: 978-972-37-1687-0 | DL: 358195/13 | Localização: BLX OR POE POE-POR ANG (80328803)

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