Satisfazer as necessidades dos públicos sem transformar o core business de um espaço

O projecto Português para estrangeiros, que dinamizo na Biblioteca da Penha de França, tem atraído participantes tão diversos, que é impossível satisfazer as necessidades de aprendizagem de todos. Quando isso acontece, uma das consequências é a desistência, embora estes compreendam que não temos a capacidade logística e humana de colmatar todas as suas lacunas individuais.
Actualmente, o projecto é composto por um conjunto de 12 sessões (de 90 minutos cada)  em que se segue as metas estabelecidas pelo Quadro Europeu de Referência para as línguas para os níveis A1 e A2. O ideal, seria alargar a oferta para pelo menos outras tantas sessões nos níveis B1/B2, C1/C2 e, a uma fase anterior, que diria de (quase) alfabetização.
Deste modo, e imaginemos que os diferentes níveis eram ministrados em simultâneo para diferentes grupos, a biblioteca transformar-se-ia numa escola de línguas. É isso que se quer? Não creio. A César o que é de César. Não queremos substituir a função das escolas. Queremos sim oferecer um serviço que, paralela ou complementarmente a esta, sirva de ponte entre as necessidades de comunicação sentidas por alguém recém chegado a Portugal e restante oferta educativa existente, seja do ponto de vista de disponibilidade ou de acesso financeiro.
Assim, e mesmo sentido vontade pessoal de fazer crescer a oferta do projecto, este não deve tornar-se uma oferta educativa exaustiva. Não é esse o papel da biblioteca. A biblioteca é uma ponte e uma porta aberta ao conhecimento e ao alargar de experiências e expectativas, pessoais e colectivas. Mas é também um espaço institucional que respeita e pretende, a cima de tudo, colaborar com a missão das outras instituições, entre elas, a da nobre escola.



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