Na povoação
mineira de Nacos, o cabo Lituma e o guarda Tomás investigam a morte suspeita de
alguns trabalhadores. Terão sido vítimas da violência do Sendero Luminoso ou o
sacrifico exigido pelos espíritos da terra, por verem as suas entranhas serem revolvidas?
Enquanto
investigam, o autor dá-nos diversas histórias paralelas que nos apresentam os
requintes de malvadez deste grupo político e que fazem crescer o clima de
terror na região. Também nos é apresentada a forma como, perante a ameaça e o
terror, os povos (ou alguns dos seus elementos) se voltam para explicações
místicas, como se o extraterreno fosse a único modo de dar sentido à violência
do quotidiano. Aqui, explora-se sobretudo o mito dionísico como forma de fuga
não só à violência, mas também à incompreensão do mundo moderno.
Llosa
apresenta-nos uma outra forma de materializar a zona cinzenta a que Primo Levi
se refere e o comportamento em grupo em que a diluição da culpa e da inocência
permitem o cometimento, a aceitação e, até, a promoção da violência gratuita.
Foi a
minha primeira incursão na escrita deste autor nobilizado[1]
e à qual terei de voltar mais tarde.
Tradução: Miguel Serras Pereira | Editora:
Leya | Local: Alfragide | Edição/Ano: 5/2011 | Impressão: Mirandela, AG |
Págs.: 255 | Capa: Arco da velha | DL: 326748/11 | Localização: BLX DR5030314 (
80295425 )
[1]
"… por sua cartografia de estruturas de poder e suas
imagens vigorosas sobre a resistência, revolta e derrota individual."
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